A burocracia disfuncional, a corrupção, a falta de medidas estruturantes e a inércia de decisores estatais, em situações normais e perpetuadas historicamente, respondem não só pelo desperdício de recursos públicos e pela estagnação de nosso progresso como sociedade, lato sensu, mas também por impingir destino sombrio a parcela de nossos pares. Tais fatores, em intelecção imediata, debilitam políticas públicas e, invariavelmente,  corroem o futuro do chamado elo mais frágil. Não estou falando apenas de um baixo PIB per capita ou de um nível pífio de ensino. Estou falando do direito à vida, essência do que nos faz.... humanos.

O que ocorre, neste exato momento, é que estamos diante de uma pandemia. Um adversário inédito, agressivo, incompreendido, que nos aflige de modo agudo, mas jamais crônico. Do lado crônico,  por assim dizer, residem aflições como a ininterrupta mortalidade infantil,  as doenças por falta de saneamento básico, a própria violência urbana. Vivemos em um País com pouco menos de metade da população desprovida de coleta de esgoto, e com média de 15 mortos diários por desnutrição. Melhor do que “crônico”, contudo, é o entendimento de que se trata de um “agudo eternizado”, uma perspectiva mais justa, posso asseverar.

O “agudo inédito”, em seu turno, vitimou, nas últimas 24 horas, 1.048 pessoas, apenas nos Estados Unidos, novo epicentro do Covid-19. No mundo, já são mais de 1,8 milhão de contaminados, um número que deve, infelizmente, crescer muito. Sobre o futuro, há mais dúvidas do que certezas. De mais concreto, e de mais acurado, apenas uma convicção: estamos em guerra. Contra o coronavírus, óbvio. Mas não somente contra ele. A guerra envolve outra batalha, crucial para seu triunfo derradeiro, qual seja, o embate a um inimigo ainda mais resistente, moldado e remoldado desde o nosso passado colonial: a nossa própria cultura patrimonialista, disfuncionalmente burocrática e pseudogerencialista.

No entanto, Fato é que as crises e os conflitos são, em si, catalisadores da inovação. As guerras mundiais e a corrida espacial que culminou com a ida do homem à lua são exemplos claros nesse ponto. A Primeira Guerra nos trouxe desde os absorventes íntimos até o zíper, sem contar a máquina de raio-x portátil. A Segunda, a fita adesiva, os bancos de sangue, e a popularização dos antibióticos e dos M&Ms. A corrida espacial é campo fértil: TV por satélite, telemedicina, purificadores de água, além de uma série de avanços que culminaram, nas décadas seguintes, em avanços proeminentes ao conhecimento científico (próteses, materiais viscoelásticos etc.).

Não se olvida que o mesmo irá ocorrer em face do Covid-19. A inovação no setor público – estabelecendo-se, neste ponto, um primeiro contorno – se antes desejada, hoje é necessária. “Reinventar-se”, eis aqui o mandamento primordial, nos diversos níveis de análise. E, por óbvio, o próprio Estado está se reinventando, com velocidade ímpar.

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